Opinião: Heterossexualismo, homossexualismo, opção sexual, promiscuidade e preconceito

Picture

12.02.2003 

Heterossexualismo, homossexualismo, opção sexual, promiscuidade e preconceito

Escrevo este texto sincero para um amigo homossexual, a quem estimo. Os conflitos culturais e os preconceitos que ele sofre são absurdos, tanto que não consegue assumir sua real condição perante a família. Acho que minhas considerações podem valer a pena. Vamos lá! Quem abertamente decide assumir o homossexualismo vive, mesmo no novo século, com toda a evolução alardeada pela sociedade que se diz civilizada, em meio a grandes pressões e sofre com as discriminações e os preconceitos. É injusto que alguém seja punido por sua opção sexual, por mais que alguém possa não concordar com a preferência expressa. A necessidade de formar relações-padrão faz a sociedade tratar esta opção como grave anomalia. Provavelmente não é correto seguir a maioria só por se tratar da maioria. Quantidade não é parâmetro nestes casos. Além de todas as dificuldades sociais já vividas e os desarranjos psicológicos decorrentes da própria situação de tentar viver com autenticidade a decisão tomada, muitos homossexuais acabam colocando barreiras ainda maiores no próprio caminho, como se sua opção já não fosse dificultosa o suficiente, exigindo o dispêndio de muita energia.

Para alguns não há clareza nos propósitos de vida, o mesmo vale, aliás, para muitos heterossexuais também, fazendo com que opção sexual acabe sendo sinônimo de promiscuidade. Ser homossexual é perfeitamente aceitável, é necessário ter clareza de que isso não tem a menor relação com ser homossexual promíscuo. Seria o mesmo que confundir a “opção” de ser mulher com a necessidade de ter atitudes de prostituta. Na prostituição ao menos há o objetivo claramente definido do lucro, a promiscuidade nem isto prevê, sendo simplesmente só destrutiva.

Além da promiscuidade ser fator de alto risco para a infecção através de doenças sexualmente transmissíveis, como já estamos cansados de ser esclarecidos pelas autoridades competentes, ela tem outros efeitos devastadores sobre os sentimentos e a psique dos envolvidos. Ter estabilidade sentimental e emocional é anseio natural de qualquer ser humano, independente de ser mulher, homem ou homossexual. Atitudes promíscuas destroem qualquer base de relacionamento que haja ou que se pretenda construir, desestabiliza qualquer ser humano, pois neste tipo de atitude há, na verdade, um profundo egoismo, que pode, inclusive, ser mútuo. Nestes casos há de tudo, inclusive a busca desesperada da estabilidade no lugar errado, menos uma verdadeira chance de complementação entre dois seres. Há, na verdade, somente a exploração no contato com outra pessoa, tanto corporal como sentimental, pois não é possível dissociar uma coisa da outra, com se alguém pudesse afirmar que “hoje só meu corpo vai estar presente neste relacionamento, a mente ficará em casa”. Não cuidar de si corporal e sentimentalmente significa se desvalorizar, se considerar um lixo, não ter amor próprio e pedir para também ser tratado desta forma, já que atitudes se espelham no comportamento surgido no contato; tratamento ríspido, por exemplo, provavelmente resultará em rispidez mútua.

Quem passa por situações desestabilizadoras tende a cometer o engano de procurar em novas situações desequilibradas o equilíbrio, que fica cada vez mais distante, a ponto de poder se tornar irrecuperável.

Não esqueçamos que anseios humanos como a estabilidade não são coisas que só os velhos e os caretas querem. Ridicularizar quem possui ou tenta alcançar estes objetivos, geralmente é defesa e reação de quem está longe disso e já deixou de acreditar na própria essência e capacidade. Assim começa a indiferença e a autodestruição. É por este motivo que drogados classificam os outros de caretas. Isto nada tem a ver com ser cool ou in, mas sim com a capacidade de saber o que se quer, com a vontade de ser feliz e ver sentido no ser e estar, ou seja, viver sua opção plenamente, na normalidade necessária para poder se sentir bem consigo e com o mundo no qual se está inserido.

Marco Aurelio Schaumloeffel


Source: Marco

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *