The GHANA Blog


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          Incluído dia 09.12.2003         


Como na sexta foi feriado, aproveitamos e fomos já na quinta à tarde com nossas duas colegas austríacas para um lugar chamado “Busua” para aproveitarmos o feriadão. A praia lá é muito boa, e bem “heterogênea” pois lá tem uma colônia de pescadores e bastante turistas. Ao lado da praia, isolada de tudo e de todos, mora uma alemã que tem um restaurante na casa. Ela mora junto com um pescador e apresenta ele como o “garçom”. A história dessa mulher é meio estranha, pois ela saiu há 11 anos da Alemanha, casou com o tal africano, construiu a casa bem isolada da colônia de pescadores e desde então não saiu mais da casa, nem para fazer compras, é tudo ele quem busca. Ela passa os dias esperando algum turista aparecer para pedir algum prato e cuidando dos animais que possui.... Uma de nossas colegas (a da foto abaixo) foi mordida por um dos cachorros da tal mulher, chamada Elisabeth, ainda bem que não foi grave. Aqui uma foto da alemã entre o Marco e eu, anotando nosso pedido de jantar (peixe). Na direita está a Sharon, uma psicóloga austríaca que trabalha para uma ONG em Accra.

Nesses trajetos rumo a outras praias fora da cidade, sempre tem várias pessoas na beira da estrada, querendo vender seus produtos “tudo que caçam e colhem”.  Ficam estendendo ratos, lagartos, cervinhos, cobras etc. Acho que eu não conseguiria inventar nenhum prato exótico a base de ratões, fiquei curiosa em saber como os tais são preparados...

No feriadão fomos para Busua, uma praia que fica a 250km de Accra, bem perto da divisa de Côte D’Ivoire, depois de Cape Coast e Takoradi. Foi muito interessante, conhecemos dois fortes das proximidades, sobre os quais escreverei semana que vem. Busua é muito calma, um pequeno paraíso. Ficamos num Resort simples com o nome que indica a origem do dono « Alaska ». Doido, não!?! Aqui duas fotos, uma que mostra a visão de frente que tínhamos da praia (com ilha e tudo) e outra uma panorâmica:

André : Hi Obrodi, afinal o que são as chaleirinhas azuis? Abraço,  André

Ah, não agüentou, né curioso !!! Como pode, tu gostas mesmo de detalhes... Esse é um detalhe muito interessante : trabalho no quarto andar (último) do GIL, um dos prédios mais altos de Ghana. Da janela da minha sala tenho boa visão, vejo muitas coisas interessantes que acontecem “lá embaixo na terra”. Sempre que meus alunos têm algum exercício de escrita a fazer, vou direto para a janela, entre outras coisas, vejo o mar. Quando olho pela parte dos fundos vejo, por exemplo, pessoas tomando banho na vizinhança (às vezes as casas de banho consistem apenas de quatro paredes de madeira nos fundos das casas, sem telhado por cima). É interessante ver que eles se ensaboam todos, ficam bem brancos e depois derramam um balde de água sobre a cabeça e estão limpos... Até aí, tudo bem. Agora a chaleirinha: também nos fundos do instituto é o estacionamento de carros. Lá há algumas árvores, local aproveitado por todos para colocar cadeiras, estudar, dormir, estender tapetes em direção a Meca e rezar, etc. Um desses “etc” é um tonel grande com água e várias chaleirinhas azuis paradas do lado. Sempre que estacionava o carro lá ou quando saia do instituto, via as pessoas retirar com as chaleirinhas água do tonel. Outras traziam as chaleirinhas de volta. Na minha inocência pensava: “colonizados por ingleses, eles devem estar pegando água para esquentar e fazer um chá ou algo assim”. Ledo engano. Depois de alguns dias de janela, achei uma capunga ou patente (como nós dizemos lá no RS, chiquemente chamada pelo Aurélio de “latrina”), melhor dizendo, três, uma ao lado da outra, todas sem telhado, apenas as paredes. Observando melhor as atividades (não tenho visão delas, pois as paredes são muito juntas...), vi que aquelas chaleirinhas eram levadas lá para dentro, ou seja, nelas está o “papel higiênico líquido” usado pelas pessoas que freqüentam o estacionamento. Deve ser muito bom pegar uma daquelas chaleirinhas na mão, ainda mais se a lavagem  tiver sido mal-feita...

Minha professora falou que eu precisava comer mais banku e fufu para ficar cheinha e com bastante saúde, mas ela mesma vive faltando porque está doente. Às vezes me sinto como se estivesse na primeira série, pois os alunos são tratados como criancinhas e morrem de medo da professora, é um sarro.

Adinkra II

Para entender o que esta série está explicando, veja seu início no dia 01.12.2003.

Kramo-bone amma yanhu kramo-pa. Nós não podemos diferenciar um bom de um mau maometano. O falso e o genuíno são parecidos por causa da hipocrisia do primeiro.

Fofoo. Se die fofoo pe ne se gyinantwi abo bedie. O que a planta de fufu (mandioca) quer é que as sementes e gyinantwi tornem-se pretas. Símbolo de ciúmes.

Adinkra hene (Adinkra rei). Chefe de todos os designs de adinkra. Forma a base das estampas de adinkra.

Dwanimen (o chifre do carneiro). "Dwonnin ye asise a ode n'akorana na ennye ne mben." É o coração e não o chifre do careneiro que o levam a cruel/agressivo. Símbolo de encobrimento (esconder as coisas).

Mpuannum (Nkontimsofo o Puaa). Cinco tufos de cabelo. Um tipo de penteado tradicional.

Em breve mais.... escrevam !!!

 

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