The GHANA Blog


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          Incluído dia 20.10.2003         


JP, não tivemos tempo para responder sua pergunta prá lá de complexa, talvez na próxima edição... precisamos de mais tempo para observação e análises! Só assim poderemos elaborar uma resposta consistente! Nos dê uma semana, por favor!

Na turma que estou fazendo inglês sou a única “leite” no meio do “café”, somos 26 alunos a maioria deles são do Togo, logo, eles só falam francês e, assim como eu, são iniciantes na língua inglesa, nós sempre tentamos nos comunicar com frases simples e meio óbvias para todos, tipo: How are you??? Fine thank’s, and you?? e assim por diante..... vivemos rindo pois a situação é meio cômica para ambas as partes. No mais sinto que meu vocabulário está aumentando, assim como meu curso de mímica vem se aperfeiçoando e inovando a cada dia que passa.

Eu e Marco fomos fazer uma caminhada para conhecer as redondezas do lugar onde estamos morando, é perto de uma praia, caminhamos até ela e ficamos  olhando o movimento. As pessoas entram na água com roupa e tudo, é meio estranho para quem é acostumada com roupas de banho.

Essa foi a semana para vermos como funciona a burocracia daqui. Compramos um carro: um Astra 1.6i (só podia, né!) dos grandes, cabe uma família com três filhos (!!!), ano 1993, de fabricação alemã, trazido para cá de navio. Sou o primeiro dono dele aqui em Ghana, portanto ele é novo aqui. Custou ¢ 36.000.000,00. Com outro milhão e a ajuda de amigos vimos como funciona o DVLA, o Detran deles. Filas imensas, tudo demora meses, mas eles nos prometeram tudo na hora. Mais tarde descobrimos que “nossos amigos”, os revendedores do carro, haviam dado uma parte dos custos de registro do carro -  que, na verdade era bem menos de um milhão! – a alguns funcionários de lá, assim as coisas andam, saímos de lá com placas no carro e tudo. Carteira de motorista leva três meses, como preciso dirigir já, sai na hora, basta um conhecido e uma ajudinha. São necessárias várias assinaturas de “autoridades”, cada uma recebe algo como ¢ 20.000,00 do dito “amigo despachante” e os três meses de espera viram uma hora. Agora a Rosiane e eu podemos até dirigir caminhão aqui, tudo isso sem teste algum, se eu fosse cego, p.ex., sem problemas, tudo autorizado. Que coisa famigerada! Aqui a burocracia, muito mais do que no Brasil, está a favor da necessidade de corrupção. É a única forma de conseguir as coisas. Não adianta não entrar no esquema, ainda mais se for estrangeiro. Dizem os entendidos, de que aí a autorização não sai, sempre há uma desculpa nova até haver uma “ajudinha”; ainda não fui parado por nenhum guarda, mas dizem que só há liberação do carro depois de uma “gorjeta”, mesmo que ele seja zero e não apresente problema algum. Há um repertório variado de possibilidades de reter o carro; em último caso, o motorista desacatou a autoridade, mesmo que isso não tenha acontecido: ou paga ou paga! Na segunda foto estão nossas vizinhas, que vieram dar uma ajuda na limpeza do carro. As placas são estranhas aqui, não?!?

Essa semana compramos um carro, ele está em bom estado em vista de tudo que vimos, acho até que tivemos sorte. O estranho é a forma que eles fazem o emplacamento, simplesmente metem uma furadeira na lataria do carro e aí prendem com um tipo de parafuso a placa, eu e Marco só ficamos nos olhando.

 Nossos documentos já estão em ordem, lógico porque alguns conhecidos que tinham outros conhecidos ajudaram a agilizar o negócio, nada que $ não resolva.

 

Fomos para algumas praias aqui da cidade e vimos coisas das mais variadas, algumas de indignar qualquer pessoa que cuide um pouco do meio ambiente. O Dieter e o Curupira Ambiental ficariam escandalizados, teriam muita coisas a fazer por aqui. Pretendemos fazer algo, mas ainda não sabemos o que concretamente. Algumas praias são paradisíacas, como a de Kokrobite, a 25km da capital (foto da esquerda, ao fundo é possível ver Accra com as várias praias), outras são um lixo, como esta perto de James Town, um bairro da capital, na foto da direita.

No Domingo (19.10.2003) fomos numa praia chamada Kokrobite que fica a 25km da onde estamos atualmente. A praia é muito bonita, com pedras, bastante palmeiras e poucas pessoas e pouco lixo, coisa difícil por aqui. Eu ainda não tive corajem de colocar um biquini, pois as pessoas andam pela praia com trajes bem longos, muito diferente do que estamos acostumados.

 

Aqui na cidade vimos pessoas fazendo suas necessidades na areia, tanto sólidas quanto líquidas, tudo isso com vista para o mar. Temos fotos provando isso, que talvez publicaremos mais tarde... André: não adianta tentar ser politicamente correto, queremos mostrar as coisas como elas são, por isso a foto acima. Urinar nas ruas parece não ser problema para os ganeses. A cada instante pessoas podem ser vistas pelas valetas da cidade tirando seu instrumento ou levantando a saia. Em alguns muros mais respeitosos há, inclusive, um aviso “don’t urinate here”, que nem sempre é observado.

 

Um dia farei uma foto-reportagem sobre a sujeira na famosa capital do Paraná com o título "Curitiba, capital egológica".

 

Conhecemos a embaixada alemã que tem um sistema de segurança meio  exagerado, onde fui fazer meu cadastro, caso eu necessite de algum atendimento especial, o embaixador alemão é bastante atencioso e simpático.

 

Na quinta fomos  com o leitor do DAAD (Harald) e o Sebastian, meu colega na diretoria do IDV – Internationaler Deutschlehrerverband - e diretor do Ghana Institute of Languages (GIL) fazer uma visita ao embaixador alemão, que também é novo aqui. Fomos nos apresentar pessoalmente, o trabalho do instituto e do IDV, além de falarmos sobre o que é feito na área de alemão aqui em Ghana. Minha parte “professor de alemão” continua atuante.

 

Agora estamos em outra Guest House, bem melhor do que a anterior: o ar condicionado não é tão frio, possui regulagens, o ambiente é menor e é tudo bem limpinho, só que algumas vezes falta água na torneira, pois o sistemas deles de tanques-reserva parece pouco eficiente. Mesmo assim sempre temos água, só que em baldes. Aqui falta muita água, é um problema sério. Sempre deve-se ter reserva; se depender só da água da rua, a coisa fica feia. Esta é a foto do lugar onde estamos. Temos cozinha com os materiais necessários, cama, mesa, banho, armário, geladeira, sofá, fogão etc.

 

As casas aqui são muito grandes, mas pouco confortáveis para nossos padrões. O GIL nos mostrou uma casa de 4 quartos, enorme, mas mal instalada, o jardim (não feito, por sinal) era enorme, uns 40mX40m. Recusamos por ser longe do instituto e muito ruim para administrar aquele tamanho todo (limpeza, manutenção etc.). Agora acho que vamos receber um apartamento, conforme solicitamos, menor e mais perto do local de trabalho, daqui há umas duas semanas, quem sabe. Assim será melhor também para o período que não estaremos aqui, basta trancar e “tchau”. Por enquanto moramos provisoriamente bem.

 

As pessoas em geral são muito simpáticas. Em momento algum me senti mal por aqui pelo fato de eu ser branca.

 

Em breve mais.... escrevam !!!

 

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