The GHANA Blog


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          Incluído dia 06.10.2003         


 

Antes de partirmos tivemos muita correria, entre outras coisas, no dia 18.09.2003 eu ainda defendi minha tese de mestrado. Mesmo assim fizemos na sexta-feira, dia 19.09.2003, dia em que tomamos 4 vacinas (tétano, hepatite B, febre tifóide e poliomelite, contra febre amarela já estávamos vacinados) e um dia depois da Ro completar 26, nossa festa de despedida no Bar “Era só o que faltava”. Foi muito legal. Vários colegas vieram. Apenas colocamos algumas fotos da festa aqui no site porque ainda não temos uma conexão boa de internet em Accra.

 

No dia 21.09.2003 fomos para a Alemanha para visitar a família da Ro. Três tias e um tio moram em Mannheim (também em Hockenheim e Brühl). Visitamos Speyer, a Weinstraße, Heidelberg, nördlicher Schwarzwald, entre outros lugares da região. Algumas fotos desses passeios estão junto com as da festa de despedida.


Chegamos aqui no dia 28.09.2003. Somos oburoni. Assim são denominados os white men aqui.

O primeiro lugar que vi em Ghana obviamente foi o aeroporto tudo bem simples e nada prático. O vice-cônsul foi nos buscar, também algumas pessoas da universidade estavam lá para nos repcionar. A noite o pessoal da universidade nos levou para jantar, foi bacana.

 

Esta é nossa casa. Moramos na parte de cima; ela é grande, mas um pouco mal organizada e distribuída. Acho que por um tempo ninguém morou aqui, pois estava tudo sujo. Temos muito espaço, uma varanda grande e agora, ao contrário dos 4 primeiros dias, o principal para se virar no dia-a-dia. Fica perto do meu local de trabalho. Em menos de 10 minutos (a pé) estou (Ghana Institute of Languages). Ela é provisória, até que a universidade consiga alugar algo definitivo para nós. De manhã carneirinhos ficam passeando no nosso pátio:

O lugar onde estamos hospedados não é nenhuma maravilha, mas comparado com o que se vê pela cidade é muito bom. O primeiro animalzinho que vi por aqui foi logo na primeira noite, uma grande barata gordinha. Aos poucos estamos organizando o lugar e com certeza quando sairmos daqui para nossa residência definitiva entregaremos o lugar em melhores condições. As pessoas aqui não usam tábua de esfregar roupa, nem tem para comprar, logo temos que lavar as nossas roupas do jeitinho deles, balde, água, sabão e as mãos.

As propagandas de TV daqui são muito divertidas. Parecem aquelas dos produtos da linha Tabajara, produzidas artesanalmente, gravaremos uma fita com as chamadas da novela „Papa Ajasco“, de propaganda daqueles discos Raid anti-mosquito que produzem fumaça quando  acesos e de remédios contra resfriados que deixam a esposa que está em casa com ótima disposição no final do dia para receber o marido na cama.

A „News Line International“ da Metro TV, um dos únicos noticiários da TV aberta, só apresenta noticiário local, de forma que o telespectador só fica sabendo o que aconteceu em Accra. Ontem vi pela primeira vez algo internacional: sobre Arnold Schwarzenegger que pretende ser candidato no Califórnia...

Por falar em “internacional”, assim que estaremos na nossa casa definitiva, acho que instalaremos a Globo Internacional, assim teremos pelo menos um pouco de contato com Brasil, Jornal Nacional ao vivo, o Em Cima da Hora, mas infelizmente também as novelas etc.

Meu inglês é simplesmente péssimo me comunico com gestos, estou fazendo curso prático de mímica, brincadeira, na segunda dia 06 começo a fazer curso de inglês na universidade, estou precisando.

Coitados daqueles que pensam que  o Brasil é o país do jeitinho. Somos verdadeiros picaretas comparados aos ganeses. Quase nada aqui funciona como planejado, tudo é diferente. O engraçado é que no final, como diz meu amigo João Paulo (famoso JP), tudo dá certo. O problema é descobrir quando chega o final. Há jeito para tudo. Uma das primeiras coisas a aprender e a curtir é descobrir que o relógio aqui não tem tanta importância quanto em nosso mundo. As pessoas valem um pouco mais. Na quinta passada (02.10.2003) combinei um meeting entre 11 e 12 horas, pois já aprendi que alguma coisa o´clock não funciona. No Brasil é comum um atrasinho, mas sempre sistemático, aqui isso não funciona.

Saindo na rua vemos a miséria nua e crua de frente e muita sujeira é claro, não foi à toa que tomamos tantas vacinas, precisamos tomar muito cuidado com a água pois é contaminada só tomamos mineral, tem muitas pessoas pelas ruas vendendo tudo que é tipo de coisas desde frutas, enlatados, água em saquinho, roupas, sapatos, brinquedos, enfeites etc. É uma loucura, a única coisa  que compramos na rua por enquanto foi bananas, muito saborosas, as outras coisas compramos no mercado ou num posto Shell quase do lado de onde estamos morando. As coisas nao são muito saborosas por aqui, estou aliviada de ter trazido temperos na mala. É tudo importado e a qualidade não acredito ser de primeira, tem produtos de tudo que é país. Compramos até uns charutinhos com avelã que por incrível que pareça vieram do Brasil mais precisamente Curitiba, apesar da felicidade do lugar de onde vieram não eram bons. Aqui acho é facil de emagrecer.

Ainda bem que tenho um lugar de trabalho na embaixada brasileira. Tenho uma escrivaninha na mesma sala do vice-cônsul Carlos Augusto, acesso à internet, assim tenho um refúgio quando preciso das coisas funcionando.

Coitados do TÜV e mesmo do INMETRO aqui... Não teriam como atuar. Todos os carros que não podem mais circular na Alemanha e na Holanda, andam por aqui. Um desses provavelmente comprarei nos próximos dias.

Meu inglês vai bem, talvez melhor do que pensava ser. Na universidade também falo alemão, espanhol e um pouco de francês, dependendo da pessoa de contato, mas a maior parte do dia-a-dia é em inglês. Aqui todos são, pelo menos, bilíngües, a maioria fala três ou mais idiomas, pela simples necessidade de se comunicar no dia-a-dia. O inglês deles muitas vezes é difícil para ser entendido, devido à pronúncia africana, ainda um pouco diferente dos jamaicanos. Um burner do cooker vira um [bérna] na pronúncia deles. Um pouco de adivinhação e tudo está resolvido.

No dia 02.10.2003 a Ro e eu fomos com o embaixador Paulo na Mercedes da Embaixada para o o Hotel Golden Tulip para a recepção da Embaixada da Alemanha nos festejos de reunificação da Alemanha. Tudo normal, dentro da expectativa, encontrei velhos conhecidos (Cornelia, e também a diretora do Goethe daqui) e novos (Harald, Tonja).

Já depois de uma semana morando aqui vejo tudo bem diferente de março quando esteve aqui. Sempre é assim: turista vê uma coisa, insider outra. Fotos daquela ocasião estão nesse link.

 

Quase tudo o que é produto industrializado é importado. Já percebemos isso no nosso primeiro café da manhã: manteiga da França, queijo da Alemanha, iogurte e leite da Costa do Marfim, café do Marrocos, suco de laranja da Espanha, o pão e o cacau eram daqui. No segundo dia compramos um wafer tipo canudinho com recheio de creme de avelã. Só em casa percebemos que era feito pela empresa Itaramaty, da CIC de Curitiba. Também vimos frango da Avipal e compramos salsicha da Sadia (Denise e Udo, isso faz lembrar alguma coisa...!?!) no mercado Max Markt, um dos dois de Accra que se parecem um pouco com o que conhecemos no mundo ocidental. É bem caro e quase tudo é importado, mas tem boa variedade. Lá vimos a maior concentração de brancos de Ghana, por motivos óbvios. O total de população branca nesse país é de 0,2%, ou seja, de cada 100 apenas 1/5 de um é branco... ;-)) Outras coisas também, além das citadas acima, vêm do Brasil: quase todas as tintas aqui são da Coral ou da Sivinil, como se pode ver nas fotos ao lado que tiramos ao fazer um passeio nas proximidades:

Os preços das coisas em geral por aqui achamos bem carinhas, pois a qualidade não é boa e se paga como se fosse. Aqui coisas de R$1,99 valem muito mais.

Em breve mais.... escrevam !!!

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