The Barbados Blog

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2ª - 20.10.2005

1ª - 19.09.2005

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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20.10.2005

Muitas pessoas já me perguntaram sobre a origem do nome do país onde vivemos: Barbados. A explicação mais aceita é a de que os portugueses, que foram os primeiros europeus a chegarem à ilha em 1536, sob a liderança do navegador Pedro A. Campos, deram este nome devido às figueiras de “raízes aéreas”, que ficam expostas ao ar e parecem ter barba. Há quem diga que os portugueses encontraram homens barbados por aqui, mas diversos estudos afirmam que a ilha era desabitada naquela época. Antes dos portugueses, um povo ameríndio chamado “arawak” já habitou a ilha. Durante escavações, pesquisadores encontraram cerâmicas e outros objetos, comprovando a presença dos arawak. Em 1625 os ingleses chegaram aqui e, dois anos mais tarde, ocuparam a ilha.

"Passeio". O que me chamou  atenção aqui é o grande número de idosos. Muitos usam chapéu e óculos e tem seu animalzinho de estimação.

Não entendo nada de geologia, mas vou arriscar explicar para vocês o que significa Barbados ser de “formação coralítica”, como escrevi na primeira edição. Que me perdoe quem entende do assunto, acho que foi assim: um monte de corais cresceu no mesmo lugar, houve tantos que eles começaram a sair da água e formaram, ao poucos, uma ilha. A caminho da universidade onde trabalho há um barranco que foi cortado para dar lugar a uma auto-estrada. Nas fotos abaixo é possível reconhecer nitidamente o que significa essa tal de formação coralítica, vejam como o solo de Barbados é formado:

Aqui a língua oficial é o inglês, mas o povo usa um dialeto chamado “Bajan”, no qual eles cortam as palavras do inglês e outras palavras são completamente diferentes.

Até neste ponto minúsculo do Caribe há muitas pessoas que usam camiseta da seleção brasileira. É incrível como uma febre destas pode se espalhar. Bom para a gente, assim o Brasil e os brasileiros geralmente são vistos com simpatia. Todos conhecem os Ronadinhos e o Roberto Carlos, apesar do críquete ser o grande esporte daqui. O vizinho Trinidad e Tobago disputa a repescagem contra o Bahrein e pode estar na Alemanha em 2006. Aliás, quase inacreditável que os vizinhos Togo, Gana e Costa do Marfim, todos da África Ocidental, conseguiram ir para a copa pela primeira vez. Há menos de meio ano, quando ainda estava lá, apostaria qualquer valor que propusessem, se alguém afirmasse que isso aconteceria...

Estamos passando pela época das chuvas que acontece de julho a novembro. São chuvas de verão. Depois delas fica muito abafado. A tempertura média é de 30°, é bastante quente mas tem sempre um ventinho agradável.

Mais alguns dados curiosos: Barbados tem 431km²,  97km de praias (mais ou menos a mesma quantidade do Paraná), 34km de Sul a Norte e 22km de Leste a Oeste, o ponto mais alto é o Mount Hillaby com 336m, há 1.600km km de estradas, dos quais somente 22 não são asfaltados (como no Brasil, não!?!).

No ranking de percepção de corrupção, publicado hoje, Barbados (24°) está muito melhor posicionado do que o Brasil (62°). A nota dada para Barbados é 6,9 (10 é a melhor), a do Brasil é de somente 3,7. Surpreendeu-me o posicionamento do Gana (nota 3,5), acho incrível, depois de tudo que vi por lá, que eles estejam só 2 décimos abaixo do Brasil... Talvez o problema esteja no fato de que não vi tudo ainda no Brasil...

"Nó na garganta". Tenho saudade da África, é como se um pedacinho meu tivesse ficado por lá e eu ganhado um pedacinho de lá... Uma troca afinal...

O trânsito aqui é em mão inglesa, tudo é invertido. Depois de quase dois meses já me acostumei com quase tudo, menos a andar corretamente na calçada. Insisto em andar pela direita e acabo sempre trombando com os que vêm em minha direção.

Como as ruas e carros são de mão inglesa, no começo precisávamos olhar 3 vezes antes de atravessar, mas agora já acostumamos.

Há uma semana escrevi um artigo, a pedido da ONG Curupira Ambiental, fazendo algumas considerações ambientais sobre Barbados, assim com eu já havia feito sobre o Gana. Quem tiver interesse em ler, pode entrar no site do Curupira ou acessar diretamente a página, clicando aqui.

"Apresentação". Uma mistura da fase que estamos passando: de apresentação a tudo com uma apresentação local.

Na ponta sul da ilha há bastante vento. A praia de Silver Sands é muito usada para a prática de esportes aquáticos, entre eles windsurf e kitesurf. Vejam algumas fotos de Silver Sands e do que rola por lá. As árvores retorcidas são o resultado do vento constante:

Nesta foto peguei a Ro dormindo, vale como flagra e para vocês terem uma idéia de como é nossa sala. Na outra foto, a piscina do nosso prédio. Na sala há um sofá-cama e no pátio uma piscina esperando visitas...

Calma Hjalmar, no próximo blog a gente coloca fotos da universidade...

Em breve mais.... dúvidas, perguntas? Escrevam !!!

Rosiane Spredemann


Marco Aurelio Schaumloeffel


Rosiane Spredemann, 28 anos, artista plástica autodidata,  apaixonada por pessoas, nasceu em Curitiba e antes de Barbados viveu os dois últimos anos no Gana (África Ocidental), onde seu estilo de pintura e suas influências culturais sofreram grande mudança. Para conhecer seu trabalho visite a página rosiane.tk. Seus textos estão na cor laranja-avermelhada.


Marco Aurelio Schaumloeffel, 31 anos, nasceu em Dois Irmãos - RS, é lingüista, professor de português e alemão, foi enviado a Barbados em 2005 pelo MRE/Itamaraty para exercer a função de leitor/professor universitário na University of the West Indies. Em 2003 ele já havia sido enviado ao Gana também como  leitor. Lá escreveu um livro sobre a história dos "Tabom", a comunidade de afro-brasileiros do Gana (no prelo), e elaborou o  "Ghana Blog", juntamente com Rosiane. Mais detalhes em seu site pessoal schaumloeffel.net. Seus textos estão na cor branca.